sábado, 29 de novembro de 2008

Abertura para a nova visão


Acredito que a civilização humana evolui através de uma série de visões da vida e da espiritualidade, visões essas que podem ser descritas e documentadas. Tudo que está ocorrendo serve apenas para reforçar esta minha convicção.
Estamos tomando inteira consciência de um processo espiritual mais elevado agindo por trás da vida contidiana, e assim fazendo estamos abandonando a visão materialista do mundo que reduz a vida à sobrevivência, contribui com uma ninharia para a religião praticada apenas aos domingos e lança mão de "brinquedos" e distrações, para nos afastar do verdadeiro sentimento de admiração e respeito pelo fato de estarmos vivos.
Em lugar dessas coisas, o que almejamos é uma vida cheia de coincidências misteriosas e ituições súbitas, que apontam um caminho especial para nós nesta existência, uma determinada busca de informação- como se algum destino tencionado estivesse forçando para emergir. Viver esse tipo de vida é como viver uma história de detetive que investiga a nós mesmos; as pistas prontamente nos levam adiante, de uma visão para outra.
Descobrimos que à nossa espera está uma autêntica experiência do divino em nosso interior, e, se conseguirmos encontrar essa conexão, nossa vida será imbuída de ainda mais clareza e intuições. Começamos a ter visões do nosso destino, de alguma missão que podemos cumprir, contanto que possamos ultrapassar os hábitos que nos distraem, tratar o próximo com certa ética e permanecer fiéis ao nosso coração.
Com a décima visão, aliás, essa perspectiva se expande ainda mais, passando a incluir todo o âmbito da história e da cultura. Em certo nível, todos nós sabemos que viemos de outro lugar celestial para esta dimensão terrena para participar de UMA META MAIOR; lentamente, geração a geração, criar neste planeta uma civilização interamente espiritual.
No entanto, mal nos inteiramos dessa animadora visão e eis que uma nova visão, a Décima Primeira , está chegando: nossos pensamentos e nossas atituldes são importantes para fazermos nossos sonhos se tornarem realidade. Aliás, acredito que estamos prestes a compreender, finalmente, o modo como nossas intenções mentais, nossas preces e até mesmo nossas opiniões e idéias preconcebidas influenciam não apenas o nosso próprio sucesso na vida, como também o sucesso de outras pessoas.
Baseado naquilo que está acontecendo à nossa volta, este é o próximo passo na tomada da conciência. Acredito que esta visão já está emergindo por aí, em milhares de debates espirituais, altas horas da noite, escondida logo abaixo do ódio e do medo que ainda marcam a nossa era. Como antes, a nossa única responsabilidade é vivermos segundo aquilo que sabemos, e então nos abrimos...e disseminarmos a nova visão.
Por James Redfield
Mãos em prece...Namastê...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A magia de transmutar - Limpeza ambiente



O contato com seus orientadores espirituais é extremamente importante.
Não seremos nós mesmos sem abrirmos as portas para o contato com a nossa parte mais sutil e com eles, que são nossos amigos espirituais.
Para começar, limpe a sua casa. Seres de luz não vivem na bagunça nem gostam de "porcarias" guardadas.
A alegria, como tudo na vida, é como a massa do bolo: precisa ser preparada com bons ingredientes, calma, concentração e atenção.
Portanto, o primeiro passo para quem deseja contatar seus companheiros espirituais é limpar-se. E limpar também a sua casa. Comece pelo início: faça uma faxina em pápeis, gavetas e armários; dê para outras pessoas ou para instituições de caridade tudo aquilo que não lhe serve mais; não guarde nada que não esteja em uso.
Para a limpeza de ambiente tem um "spray" à base de cânfora que é fantástico! E você pode fazer em casa. Somente não é recomendado para quem faz uso de medicamentos homeopáticos, pois a ação da cânfora os neutraliza justamente por agir no campo vibracional.
Esta mistura já provou ser muito eficaz para melhorar o convívio entre familiares. Sempre em dia de faxina, a última água de limpeza do chão, armários e paredes pode ser com álcool canforado; pois além de deixar seu perfume característico no ar, fica tudo mais limpo mesmo.

SPRAY PARA O AMBIENTE:

Num borrifador de plantas, coloque 1 xícara de álcool e 1 pedra de cânfora esfarelada. Complete o restante lentamente com água.

Se o ambiente estiver pesado, faça antes uma defumação, como vou ensinar:

"Compre um turíbulo ou pegue uma latinha velha e, com um prego faça vários furos em suas paredes para que a fumaça possa sair também pelos lados, e não só por cima. Com um pedaço de arame, faça uma alça na latinha para que o defumador possa ser segurado como se fosse um balde.
No interior do turíbulo ou da latinha, coloque alguns pedaços de carvão embebidos em álcool e ponha fogo. Quando os pedaços de carvão estiverem em brasas, jogue sobre eles as ervas de sua preferência. As mais usadas e conhecidas são: Arruda, Alecrim, Manjericão, Mirra ou Incenso, Guiné, Espada de São Jorge.
Ande com o defumador por toda a casa, dos fundos para a frente (se já for noite, acenda todas as luzes da casa), lembrando-se de que todos os cantinhos são importantes (dê atenção especial aos espelhos, pois eles guardam as impressões ali registradas). Ao terminar, abra a porta principal, invoque a sua proteção espiritual em voz alta e mande para fora todas as negatividades.
Enquanto defuma os ambientes, concentra-se nas forças superiores: faça-o ao som de uma música suave ou repetindo em voz alta as orações que conhece. Quando acabar, mantenha a casa fechada por alguns minutos e abra-a em seguida, deixando entrar um novo ar. Depois de apagar as brasas, jogue os resíduos da defumação fora (pode ser no lixo mesmo) e, finalmente não se esqueça de tomar um banho, porque, além do cheiro de fumaça, você poderá estar com algumas energias estranhas em seu campo áurico.
Saiba que, quem se irrita com o cheiro das ervas queimando, costuma ser quem mais necessita da limpeza.

BANHO DE ERVAS PARA LIMPEZA

1 punhado de Manjericão
1 punhado de Arruda
1 punhado de Alecrim

Coloque água em uma vasilha e leve para esquentar, como se fosse fazer um chá. Assim que começar a formar bolinhas, apague o fogo e coloque as ervas indicadas (frescas de preferência) e tampe, deixando repousar por uns 10 minuto. Coe e, depois do banho normal, complete com água do chuveiro e jogue no corpo, do pescoço para baixo, mentalizando que todas impurezas sejam retiradas de você.

Mãos em prece....Namastê!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

VOCÊ PODE CURAR A SUA VIDA!!!!!!

"É com uma grande alegria que vou falar um pouquinho de como você mesmo(a) pode curar a sua vida! A maiorias das patologias são causadas de dentro para fora, ou seja, através do nosso padrão mental vibramos e atraímos pessoas, tristezas, remorsos, ressentimentos, culpa, etc... E assim desenvolve e acaba aparecendo de alguma forma em nosso corpo físico! Portanto quero dividir com vocês como podemos mudar o nosso padrão mental e vivermos melhor! Nós somos um todo, corpo, mente e espírito. E para termos qualidade de vida é necessário que estejamos em equilibrio completo."

ALGUNS PONTOS DE MINHA FILOSOFIA

"Somos todos 100 por cento responsáveis por nossas experiências.
Cada pensamento que temos está criando nosso futuro.
O ponto do poder está no momento presente.
Todos sofrem de culpa e ódio voltados contra si próprios.
A frase- chave de todos é: 'Não sou bom o bastante'. É apenas um pensamento, e um pensamento pode ser modificado. Ressentimentos, crítica e culpa são os padrões mais prejudiciais.
A liberação do ressentimento pode remover até o câncer.
Quando realmente amamos a nós mesmos, tudo na vida funciona.
Devemos nos libertar do passado e perdoar a todos.
Devemos estar dispostos a começar a aprender a nos amar.
A auto-aprovação e a auto-aceitação no agora são a chave para mudanças positivas.
Cada uma das chamadas 'doenças' em nosso corpo são criadas por nós."

Vamos mentalizar.....

" Na infinidade da vida onde estou, tudo é perfeito, pleno e completo, no entanto, a vida está sempre mudando. Não existe começo nem fim, somente uma constante ciclar e reciclar de substância e experiências. A vida nunca está emperrada, estática ou rançosa, pois cada momento é sempre novo e fresco. Eu sou uno com o poder que me criou, e esse poder me deu poder de criar minhas próprias circunstâncias. Regozijo-me no conhecimento de que tenho o poder de minha mente para usar de qualquer forma que eu escolher. Cada momento da vida é um novo ponto de começo à medida que nos afastamos do velho. Este momento é um novo ponto de começo para mim bem aqui e agora mesmo. Tudo está bem no meu mundo!"

UAU....Já começamos a mudar o nosso padrão mental!


Site no ar!!!!!!!!!!

Mãos em prece... Namastê....



sábado, 24 de maio de 2008

Dicas para viver melhor...

"Em nosso dia a dia geralmente estamos tão envolvidos com os problemas que não costumamos tentar entender ou mesmo facilitar as coisas. Dessa forma tudo acaba ficando mais complicado e algumas vezes conseguimos arrumar ainda mais problemas. A cada um de nós cabe a tarefa de desenvolver a compreensão para lidar com situações ou atitudes vindas de outras pessoas de forma mais positiva. Está certo que tudo tem um limite, mas se formos capazes de mudar só um pouquinho a vida pode ficar bem mais fácil.Portanto...
Em momentos de raiva evite tomar atitudes drásticas. A raiva passa, mas o que é feito baseado nela pode ser motivo de arrependimento.
Ao invés de sentir-se perseguido(a) quando todos insistem em dizer que você está fazendo alguma coisa da forma errada, procure parar para pensar se não pode ser verdade.
Uma das coisas mais certas que se diz é que mentira tem perna curta. Até mesmo as mentirinhas sem importância podem acabar deixando você passar por maus bocados.
Faça o possível e o impossível para excluir o drama de sua vida. Muitas vezes a realidade não é o que fazemos parecer quando queremos atenção.
Evite pensar mal das pessoas. Cada um tem o seu jeito de ser e é movido por sentimentos que podem ser bem diferentes dos seus.
Procure encarar todas as situações como um aprendizado. Todos os dias há, no mínimo, uma mensagem que devemos tentar compreender.
Não sofra antecipadamente com as coisas. Muitas delas podem nem vir a acontecer. E uma postura mais leve pode até mesmo mudar o rumo dos acontecimentos.
Descomplique um pouco sua vida. Faça uma coisa de cada vez e somente aquilo que for possível fazer.
Evite jogar conversa fora, se o seu tempo é precioso o dos outros também é e assim você poderá ser visto(a) com mais respeito e credibilidade.
Estabeleça limites para o seu Ego. Por mais maravilhoso(a) que você possa ser as outras pessoas também podem.
Evite ser implacável em seus julgamentos e a cobrar justiça à "sua" maneira. O Universo pode ser igualmente justo e implacável com você. Seja magnânimo(a) e não se orgulhe disto, seja humilde.
O que você dá é o que você recebe. Dê o melhor de si independentemente de qualquer coisa, pois mesmo que aquele a quem você deu não lhe retribua, a vida o fará. É a pura lei da Ação e Reação.
Evite nutrir rancor, mágoa, raiva e outros sentimentos negativos em relação a algumas pessoas, mesmo que ache que elas merecem. Esses sentimentos podem ser como grossas cordas que amarram você a elas e só serão desamarradas quando isso for superado. Pratique o perdão.
Não se preocupe com o que o "outro" ganhou, comprou ou conseguiu, pois com certeza o mereceu (mesmo que você não ache). Preocupe-se em fazer por merecer também.
Quando tiver que realizar alguma tarefa que julgue enfadonha, não deixe para depois. Faça-a logo para ter a cabeça despreocupada e poder fazer as tarefas mais agradáveis com tranquilidade.
O ser humano tem uma capacidade incrível de adaptar-se a qualquer ambiente ou situação. É apenas uma questão de "querer"; e esse querer depende basicamente da vontade e disposição de encarar os desafios e também tendo em mente que muitas coisas podem ser resolvidas adotando-se uma postura mais flexível. Pense sobre isso."


Mãos em prece...Namastê...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Como começar a meditar??????




"Para nós, ocidentais, meditar significa refletir a respeito de alguma coisa. No oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar num estado de consciência onde se torna mais fácil compreender a si mesmo. Nisargadatta Maharaj, um mestre indiano, nos explica com simplicidade no seu livro I am That:
"Nós conhecemos o mundo exterior de sensações e ações mas, do nosso mundo interior de pensamentos e sentimentos, nós conhecemos muito pouco. O objetivo primário da meditação é que nos tornemos conscientes e que nos familiarizemos com a nossa vida interior. O objetivo final é alcançar a fonte da vida e da consciência."
Assim, através da meditação vamos prestar atenção e descobrir como funcionamos. Como agimos em determinadas situações, porque respondemos uma coisa quando gostaríamos de dizer outra, porque fugimos daquilo que mais queremos, porque vivemos mergulhados na ansiedade, na depressão e no cansaço quando queremos apenas a tranqüilidade.
Grande parte dessa confusão é criada pela mente. Podemos dizer que ela é o instrumento de nossa consciência e contém a somatória de nossos condicionamentos, padrões de pensamento, nossa memória e nosso lado racional. A mente é como um lago agitado. Ao ver a lua refletida nesse lago turbulento poderíamos supor que a própria lua é algo disforme e agitado, mas estaríamos totalmente enganados. Da mesma forma, quando olhamos para o reflexo do nosso Eu-Superior no lago inquieto de nossa mente, não conseguimos perceber sua verdadeira natureza. Meditar nada mais é do que aquietar os turbilhões dos pensamentos, serenar a mente para que possamos reconhecer com clareza nossa essência. Durante esse processo de aquietar a mente nos damos conta de nossos padrões de pensamento e de ação e, assim, podemos transformá-los.



DICAS PARA A PRÁTICA




A prática da meditação, embora simples, requer bastante disciplina e regularidade. Abaixo estão algumas dicas de como iniciar sua prática de meditação.
Escolha um lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável e com a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas cruzadas. Sentar-se sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas eretas. Use roupas que não apertem nem incomodem.
Acender um incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar um clima de tranqüilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que você prefira dispensá-los.
Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá frustrado por não conseguir se concentrar e desanimará de sua prática diária. Um bom horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais tranqüilos e descansados. Porém, isso também é individualizável. Se você sentir que consegue melhores resultados à noite, escolha esse horário.
Comece com dez minutos diários. Coloque um relógio para despertar após esse tempo, assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que já se passaram muito mais que dez minutos.
Não se mova durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a água dentro dele. Mover o recipiente faz com que a água também se mova e, lembre-se, o que você quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel.
A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, etc.) sem que isso necessite de grandes esforços. Caso você disperse, reconduza sua atenção suavemente ao objeto escolhido.
Qualquer coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de pensamentos desfilando pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou de rir, se você achar que nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem. Apenas continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o objeto sobre o qual está meditando.



EXERCÍCIOS DE MEDITAÇÃO




Um dos exercícios mais simples é observar a respiração. Sinta o ar entrando e saíndo pelas narinas. Acompanhe seu caminho por todo o corpo. Repare nos movimentos da barriga, do peito. Veja se há movimentos ou sensações na pelve, pernas, cabeça, etc. Esteja com o ar o tempo todo.
Quando estiver em contato com a natureza, sente-se diante de uma paisagem e observe-a. Ouça os sons, veja as cores, sinta os aromas mas não fique dando nome às coisas ou analisando-as: "esse cheiro deve ser daquela flor", "como é bonita a forma daquela montanha", "o som desses passarinhos me deixa tão relaxado...". Apenas ouça, veja e sinta sem criar frases na sua mente, sem ficar tagarelando internamente.
Sente-se diante de uma janela e deixe que a claridade invada seu corpo. Sinta a luz penetrando pelo alto de sua cabeça e fluíndo por todo o corpo. Mantenha sua atenção nesse fluxo.
Repita o mantra OM durante todo o tempo da sua meditação. Mantras são sons que trazem uma determinada qualidade de energia para quem os vocaliza. O mantra OM é um dos mais antigos do hinduísmo e sua qualidade é o equilíbrio e a serenidade. Ele nos traz energia e ajuda a clarear a mente.
Olhe atentamente para um símbolo ou um objeto que lhe chame a atenção naturalmente. Pode ser um desenho, uma estatueta, um yantra (diagramas cósmicos do hinduísmo), etc. No Yoga, usamos o simbolo do OM para meditar . Olhe para esse símbolo e envolva-se com ele. Observe-o atentamente até que você possa mantê-lo com clareza na sua mente, mesmo de olhos fechados.
Sente-se em silêncio e preste atenção a cada som que surgir ao seu redor. Ouça tudo ao mesmo tempo. Não se detenha em nenhum deles. Nenhum é mais importante do que os outros, nenhum é melhor ou mais agradável. Não julgue, apenas ouça. Evite relacioná-los com os objetos ou seres que os produzem. Permita-se ouvir o som puro e perceber sua qualidade intrínseca.
Você pode meditar com as cores também. Pergunte ao seu corpo de qual cor ele necessita para estar em harmonia. Aceite qualquer cor que lhe venha à mente. Imagine um grande jorro de luz dessa cor fluindo sobre você ou mergulhe num oceano tingido com a cor escolhida. Não se preocupe em "ver" a cor, você pode apenas sentí-la com seus sentidos interiores.
Observe seus pensamentos e tente perceber o espaço que existe entre um e outro. Mesmo numa mente completamente confusa, os pensamentos surgem e desaparecem deixando um breve espaço entre si. Descubra esse espaço, nem que seja apenas um segundo. Observe-o e você vai perceber que ele começará a se ampliar. Ao penetrar nesse espaço em branco, você estará além da mente.



O OBSERVADOR PASSIVO




Existem centenas, talvez milhares, de técnicas de meditação. Cada um deve descobrir a que melhor combina consigo e a que produz melhores resultados. Alguns preferem meditar com mantras, muitos gostam de observar a respiração e outros usam imagens ou símbolos. Porém, o que essas técnicas têm em comum é o fato de despertarem o observador passivo.
Eu chamo de observador passivo aquela parte nossa que se mantém distante da turbulência da nossa vida diária. Ele é como um sábio que olha o vilarejo do alto de uma colina. Ele vê as pessoas correndo de um lado para outro, as crianças brincando, um cachorro procurando comida, alguém morrendo, um bebê nascendo, a geada queimando a colheita e nada disso o afeta. Ele permanece sentado no alto de seu monte, eqüânime, pois sabe que a dor ou a alegria brotam da mesma fonte e nenhuma delas é permanente. O observador passivo sabe que a verdadeira felicidade pertence ao Eu-Superior e que quando estamos conscientes dele, nada mais nos afeta.
Mas ele também é um grande professor. Se você ficar com alguém 24 horas por dia observando como ele come, como se veste, como fala e age, como dorme, no final de uma semana você conhecerá muito dessa pessoa. Assim, se nos observarmos tempo suficiente, aprenderemos muito a nosso respeito. Aprenderemos como é que funcionamos, como agem nossos pensamentos e sentimentos, como eles influenciam nossas escolhas, etc. Quando desenvolvemos o observador passivo, podemos olhar de longe a paisagem de nossa vida e encarar os desafios que ela nos propõe com insenção de ânimos, sem deixar que o emocional nuble nossa percepção. É por isso que é tão fácil aconselhar um amigo com problemas. Como não estamos envolvidos emocionalmente, temos uma visão panorâmica da situação e podemos perceber as falhas e as possibilidades que ele não vê. Quando olhamos as coisas com uma certa distância, entendemos o contexto e os motivos por trás dos fatos. E, com essa compreensão, podemos encontrar saídas criativas, podemos ver portas onde antes parecia existir apenas muros.



A TÉCNICA




Sente-se confortavelmente e faça algumas respirações profundas.
Comece a observar os pensamentos que lhe chegam. Tome consciência deles e deixe que sumam em seguida. Não os evite nem os incentive.
Não dê continuidade a nenhum pensamento. A tendência da mente é fazer associações. Quando vem o pensamento "preciso pagar uma conta no banco" a mente dá continuidade: "será que tenho dinheiro suficiente? Se não tiver, posso pedir emprestado ao fulano. Caso ele não possa emprestar...". E assim vai. Portanto, corte o fio antes que toda a meada se desenrole.
Tente ver cada pensamento como um quadro estático, como uma cena de um grande video-clip que não merece muita atenção.
A mente está representando uma grande peça diante de você. Mas você não é o protagonista. Você é apenas o expectador. Portanto não se envolva.
Caso haja uma grande confusão de pensamentos fluindo, apenas "olhe" essa confusão. Não tente controlar seus pensamentos, deixe que eles venham da maneira que vierem.
Não espere nada de especial da sua meditação: fogos de artifício explodindo diante de você, deuses e iluminados desfilando, flores de lótus ou luzes maravilhosas. As imagens que surgem podem ser apenas produto da atividade mental, truques da mente para distraí-lo. Portanto, continue apenas observando como outro pensamento qualquer. Não se envolva com a beleza ou beatitude delas. Se elas forem mais que um produto da mente, você saberá.
Com a prática contínua você será capaz de manter a mente em branco e ouvir a voz de sua intuição que também é um atributo do observador passivo."




Mãos em prece...Namastê...

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Como cuidar da experiência meditativa

"Qualquer sentimento de alegria, de paz ou de felicidade que você experienciar, deve ser guardado e carregado dentro de você continuamente, vinte e quatro horas por dia. Como fazer isto? Existem duas maneiras: uma é lembrar-se e recriar aquele estado particular de consciência que você experienciou enquanto estava meditando. Por exemplo, durante a meditação você respira lentamente, então, durante o dia, sempre que tiver um tempo, quando não estiver fazendo algo em particular, torne lenta a sua respiração e mantenha a sua atenção na parte sob nariz onde o ar entra. E lembre-se daquelas sensações. Imagine-se sentindo feliz, alegre, silencioso e nutrido. Traga estas sensações de volta. Sempre que se lembrar – indo para a cama, acordando, caminhando na rua, onde quer que você esteja – traga estas sensações de volta. O resultado será que muitas vezes durante o dia, esta lembrança vai tocar em alguma coisa dentro de você. E chegará o momento em que você nem mesmo terá que fazer algum esforço especial para se lembrar, as sensações estarão com você constantemente, exatamente como a sua respiração. Então, primeiro, você terá que se lembrar continuamente destas sensações dentro de si, sempre que o pensamento aparecer. Por exemplo, enquanto estiver deitado na cama, lembre-se do estado em que você estava enquanto meditava. Quando estiver caminhando, quando vir a lua no céu, quando sentar debaixo de uma árvore e ninguém estiver por perto, quando estiver só em seu quarto, lembre-se das sensações. Viajando num ônibus ou num trem, sentado só, feche seus olhos e lembre-se destas sensações. Mesmo durante o dia, quando estiver ocupado com seu trabalho, mesmo no seu escritório, levante-se por uns minutos e vá até uma janela, respire profundamente e tente lembrar-se daquele estado de ser. Se você fizer isto, dez ou quinze vezes por dia, lembrando-se por um minuto ou dois, isto se tornará mais e mais contínuo. Aos poucos você descobrirá que não é preciso lembrar-se – a sensação permanecerá com você. Assim, esta é uma maneira: carregando em seu pensamento o que você experiencia na meditação, deixando que entre em sua consciência. A segunda maneira é: quando for para a cama, à noite, faça a sua resolução. O exercício para fazer a sua resolução mais forte é também utilizado para tornar contínuo o seu estado de meditação. Num dia que você tiver uma experiência de meditação, quando for para a cama, à noite, faça o mesmo exercício: recorde internamente o que tiver experienciado durante a meditação, e a mesma experiência permanecerá com você vinte e quatro horas por dia. O exercício que eu lhe dei para fazer a sua resolução, expirando todo o ar e fazendo a resolução e, em seguida, inspirando e fazendo a resolução... Use este mesmo procedimento, quando você experienciar um estado de silêncio, traga para a mente o pensamento de que aquilo que sentiu durante a meditação permanecerá com você todo o tempo, como uma corrente interna. Repetindo este pensamento, você reencontrará a sensação da meditação sem qualquer esforço. E será mais benéfico se as duas coisas forem feitas simultaneamente. Mas tarde, quando falarmos sobre a purificação dos pensamentos e das emoções, será possível discutir isto mais profundamente, Mas você pode experimentar com esses dois exercícios. Durante o período de vinte e quatro horas, você tem muito tempo livre em suas mãos, momentos em que nada tem para fazer que valha a pena ser feito. Se este tempo livre puder ser usado para lembrar aqueles momentos de meditação, isto poderá fazer uma tremenda diferença. Olhe da seguinte maneira: há dois anos alguém o insultou ou você teve um acidente trágico. Caso você tente hoje se lembrar daquele acidente, você ficará surpreso ao notar que na medida em que for se lembrando de todo o acidente, o seu corpo e sua mente lentamente entrarão no mesmo estado que estavam quando verdadeiramente você teve aquela experiência há dois anos. Se você foi insultado há dois anos e tentar lembrar-se agora do incidente, como aquele fato o tocou, como você foi insultado, você também ficará surpreso ao ver que seu corpo e sua mente irão experienciar o mesmo estado que vivenciaram, como se você estivesse sendo insultado de novo. Tudo está sendo colecionado em nossa consciência e não desaparece. O que você experienciou, está ali armazenado. Se você trouxer de volta essas memórias, você poderá experienciar as mesmas coisas novamente, e poderá entrar nas mesmas emoções. Nada é apagado da mente humana. Mas se você se sentiu bem enquanto esteve meditando hoje, é essencial que você se lembre dessa experiência pelo menos cinco ou dez vezes durante o dia. Desta maneira, a memória desta experiência irá se aprofundar em sua consciência, e por lembrar-se dela repetidas vezes, ela se tornará uma parte permanente da sua consciência. Assim, em resposta ao que foi perguntado, é assim que isto pode ser feito. E é importante que você o faça. Muitas pessoas comentem o erro de se lembrar apenas do que é negativo e esquecer tudo o que é positivo. O erro básico que as pessoas cometem é que ao se lembrar de tudo o que foi sem valor e negativo, elas se esquecem de tudo o que tem valor verdadeiro. Raramente você se lembra dos momentos em que estava cheio de amor, quando sentia seu corpo totalmente vivo. Raramente você se lembra dos momentos em que sentiu o silêncio, mas sempre se lembra de quando estava com raiva e aborrecido, de quando foi insultado e reagiu com vingança contra alguém. Você sempre se lembrará dos momentos em que se machucou e raramente dos momentos em que se sentiu nutrido. E é muito importante lembrar-se desses momentos que o nutriram. Lembrar-se deles continuamente ajudá-lo-á de duas maneiras. O mais importante é que lembrando-se desses momentos, será criada a possibilidade deles acontecerem novamente. Se alguém se lembra constantemente de coisas negativas, é muito provável que ela passe pelo mesmo tipo de experiências novamente. Se alguém constantemente se lembra de coisas tristes, é muito provável que ela fique triste novamente, porque ela desenvolverá uma inclinação para aquelas coisas, e esses incidentes continuarão se repetindo em sua vida. Todos estes sentimentos ficam armazenados dentro de você, e cada vez fica mais fácil dessas emoções se repetirem. Tente observar em si mesmo qual tipo de emoções você tem a tendência de ficar se lembrando. Nós todos temos memórias. Que tipo de experiências você tende a se lembrar? E fique sabendo que quaisquer memórias que você tenha do passado, elas estão sendo plantadas como sementes para o futuro, e você irá colher a mesma experiência no futuro. As suas memórias do passado pavimentam o seu caminho para o futuro. Conscientemente, esqueça de tudo que é sem valor. E quando tais coisas vierem à sua lembrança, pare e peça àquelas memórias para irem embora. Elas não têm qualquer utilidade para você. Esqueça todos os espinhos e lembre-se das flores. Devem existir muitos espinhos, mas também existem flores ao redor. Se você lembrar-se das flores, os espinhos de sua vida desaparecerão, e a sua vida ficará preenchida pelas flores. Se você lembrar-se dos espinhos, é possível que as flores de sua vida desapareçam e você ficará apenas com os espinhos. Depende do indivíduo, que altura ele pretende alcançar. Depende de nós, se queremos viver no céu ou no inferno. Céu e inferno não são lugares geográficos, eles são subjetivos, estados psicológicos. A maioria de vocês está no inferno muitas vezes num mesmo dia, e muitas vezes vocês estão no céu. Mas a maioria está no inferno a maior parte do tempo, e alguns até mesmo se esqueceram o caminho de volta para o céu. Mas existem pessoas que estão no céu vinte e quatro horas por dia. Pessoas neste mesmo planeta estão vivendo no céu. Você também pode ser uma delas. Nada existe para impedi-lo. Apenas compreenda alguns princípios básicos e científicos. Você perguntou como cuidar da experiência de luz. Se eu lhe desse alguns diamantes, como você cuidaria deles? Se você encontrasse um tesouro valioso, como cuidaria dele? Como você o guardaria com segurança? Onde você o guardaria? Você iria querer mantê-lo escondido; você iria querer mantê-lo perto do seu coração. Proteja essas experiências... Elas são as verdadeiras moedas. Elas podem ter-lhe inspirado, podem ter-lhe dado uma energia renovada, elas podem ter transformado alguma coisa dentro de você, algo novo pode ter se desencadeado em você, um anseio pelo sublime pode ter surgido em você. Assim, cuide dessas experiências. Eu lhe expliquei dois métodos. Se você fizer experimentos com eles, você compreenderá.”
OSHO – The Path of Meditation

Mãos em prece...Namastê....

terça-feira, 20 de maio de 2008

Ciúmes....reprimir ou expressar?


"Não...não reprima o ciúmes, senão o relacionamento nunca será realmente um relacionamento. Ciúmes não é bom, mas um ciúmes reprimido é muito mais perigoso que um ciúmes expressado. Não ter qualquer ciúmes é o MELHOR, mas já que não é assim, a escolha mais próxima deveria ser o ciúmes expressado!
Por exemplo, voce ama uma pessoa e a pessoa ama voce. Um dia, voce por algum motivo sente ciúmes... Ai a comparação começa. Então ela(o) esta deixando voce? Então ela(o) encontrou alguém melhor que voce? Então ela(o) encontrou alguem mais belo que voce?
Voce pode não perceber muito claramente, mas é exatamente isso que cria o ciúmes: essa idéia que alguém pode ser melhor, que alguem pode ser mais belo, que alguem pode atrair a sua parceira(o) mais do que voce mesmo. Isso cria uma sensação interna de inferioridade e voce começa a sentir ciúmes. Voce criará todos os tipos de obstáculos possíveis para destruir essa possibilidade.
Não ter ciúmes só é possível quando voce aceitar a si mesmo(a) tão completamente que não exista mais qualquer comparação, quando voce não se compara com mais ninguém.
Mas isso só é possível quando voce se torna tão intregado, que voce pode viver sem uma namorada(o), voce pode viver sem estar sendo amado(a); quando o amor não for mais uma necessidade, mas simplesmente uma alegria. Se voce esta sendo amado(a), tudo bem. Se voce não esta sendo amado(a), tudo esta perfeitamente bem. Voce não esta atras disso. Não há qualquer ego carente e voce não faz disso uma viagem de ego.
Voce não diz que essa pessoa ama voce, o que voce quer dizer é que ela(o) escolheu voce dentre todas as pessoas do mundo e por isso voce esta no topo. É natural que a pessoa se sinta muito bem: as duas pessoas que estão no topo juntas!
Se voce começar a ficar interessado em outra pessoa, ela(o) se sente machucada(o), porque o que acontecerá agora com essa pessoa que esta no topo? Ela(o)não esta mais no topo.
Tudo isso acontece em nome do amor e do relacionamento. Mas a pessoa tem que aceitar a realidade. Voce não pode fazer o que não é possível nesse exato momento. Assim, duas coisas são possíveis neste exato momento: o ciúmes expressado é possível e o ciúmes reprimido. O ciúmes ao ser expressado é jogado fora do sistema, voce acaba com ele, fica livre dele, ele não fica acumulado em voce. O ciúmes reprimido fica acumulado, ele vai se transformando pouco a pouco num vulcão e um dia ele explode. Um dia, sem absolutamente qualquer razão ele explodirá. Uma mínima coisa se tornará uma gota d´agua e tudo virá abaixo. E aí voce ficará com cara de tolo(a) e estúpido(a) porque aquilo alcançou tamanha proporção.
Por exemplo, sua namorada(o) está lendo um livro e não esta olhando para voce. E isso irá se tornar a gota d´agua. Voce toma o livro e o atira longe, dizendo:'Enquanto eu estou aqui, por que voce continua a ler o livro?
E isso alcança grandes proporções. O livro não é uma pessoa, mas ele se torna apenas uma desculpa e tudo aquilo que ela(o) vinha fazendo e tudo aquilo que voce vinha reprimindo explode. E ela(o) fica pensando como isso foi estranho - só por causa de um livro? E voce tambem vai se sentir muito estranho(a), sentindo que esse não é o verdadeiro motivo.
E dessa maneira que os relacionamentos se tornam muito estúpidos. Na hora certa voce reprime, dai, no momento errado, voce explode. É melhor coloca-lo para fora enquanto ele esta vivo. Pelo menos ele estará dentro do contexto, ele não parecerá estúpido!
E sempre que voce coloca para fora, ele não se acumula, ele não se transformará num vulcão. Se voce estiver sentindo ciúmes, o melhor a dizer para a sua namorada(o) que voce esta sentindo muito, muito ciúmes. Não há qualquer necessidade de faze-la(o) sentir-se culpada(o), simplesmente declare o fato. Voce não esta dizendo que ela(o) não deve fazer isso ou aquilo, lembre-se, não há necessidade alguma.
Antes dela(o) se tornar sua namorada(o) , deve ter amado outras pessoas, então ela(o) se aproximou delas. e um dia se aproximou de voce também. A pessoa precisa aceitar a realidade, aceitar que isso esta certo. Se ela(o) não se aproximasse das pessoas, em primeiro lugar ela(o) nem teria se aproximado de voce. Mas se aproximou e assim voce teve uma chance. Relaxe na aceitação (SEI HE KI).
Não faça com que ela(o) se sinta culpada(o). Simplesmente declare o seu ciúmes. Diga: 'Eu estou sentindo ciúmes. Não há nada de errado com voce. Simplesmente sinto. Voce compreende?'
Mas não o reprima. Se voce reprimi-lo, o seu amor se tornará um VENENO. Se voce estiver reprimindo o seu ciúmes, quando essa pessoa segurar a suas mãos, elas estarão frias. Suas mãos não terão fluxo de energia, elas não terão qualquer calor. Como voce poderá estar apaixonado(a) por essa pessoa? Voce sabe muito bem (na sua mente) que ela(o) está destruindo a sua felicidade, por isso voce se torna frio(a), voce se tranca. Ela (o) pode estar amando voce, pode estar fazendo amor com voce, mas voce permanece frio(a). Voce não demostra qualquer sinal de amor. Voce simplesmente fica distante, como se estivesse, no máximo, tolerando toda essa tolice, voce começa a se mostrar aborrecido(a).
Isso será automático, porque aquele ciúmes estará ali, no seu estômago, ele o envenenará. O melhor é livra-se dele. Neste exato momento, vá além dele, livre-se dele. Quando voce estiver sentindo raiva, fique nervoso(a). Não acumule loucura, deixe de lado! E isso não destruirá o seu relacionamento, não, irá faze-lo mais quente! Senão, antes que ele acabe, já terá chegado ao fim.
Um dia através do aprendizado, experienciando relacionamentos, a pessoa se torna madura. Então o ciúmes desaparece. Então voce estará simplesmente feliz se essa pessoa vier e compartilhar a sua energia com voce! Somente nós somos os mestres de nós mesmos e ninguém mais deve pretender ser o mestre de outras pessoas. Quando a liberdade é deixada intacta, o amor cresce infinitamente!

Mãos em prece.... Namastê....

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O Ser humano é uma doença

"O ser humano é uma doença. As doenças chegam ao homem, mas o ser humano em si mesmo é também uma doença. Este é o seu problema e também a sua singularidade. Esta é a sua sorte e também o seu azar. Nenhum outro animal na terra tem tal problema, ansiedade, tensão, doença, enfermidade da maneira que o ser humano os tem. E esta condição em si mesma deu ao homem todo o seu crescimento, toda a sua evolução; porque ‘doença’ significa que não se pode ser feliz onde se está, não se pode aceitar o que se é. Esta própria doença se tornou o dinamismo do ser humano, sua inquietude, mas ao mesmo tempo é também o seu infortúnio, porque ele está agitado, infeliz e está sofrendo. Nenhum outro animal exceto o homem tem a capacidade de se tornar louco. A menos que o homem leve algum animal à insanidade, ele não iria enlouquecer por si próprio - não se torna neurótico. Os animais não estão loucos na selva, eles se tornam doidos em um circo. Na selva, a vida de um animal não é desvirtuada, ela se torna pervertida em um zoológico. Nenhum animal comete suicídio; somente o homem pode cometer suicídio. Dois métodos foram tentados para entender e curar a doença chamada ser humano. Um é a medicina; a outro é a meditação. Ambos são tratamentos para a mesma doença. Será bom entender aqui que a medicina considera cada doença no ser humano separadamente - uma abordagem de análise das partes. A meditação considera o próprio homem como uma doença; a meditação considera a própria personalidade do homem como a doença. A medicina considera que as doenças vêm ao homem e depois se vão - que elas são alguma coisa alheia ao ser humano. Mas lentamente esta diferença tem diminuído e a ciência médica também tem começado a dizer: "Não trate a doença, trate o paciente". Esta é uma afirmação muito importante, porque significa que a doença não é nada senão uma maneira de viver do paciente. Todas as pessoas não ficam doentes da mesma maneira. As doenças também têm as suas próprias individualidades, suas personalidades. Não é que se eu sofro de tuberculose e se você também sofre de tuberculose, nós dois seremos pacientes do mesmo tipo. Inclusive nossas tuberculoses se apresentarão de duas formas diferentes, porque nós somos dois indivíduos diferentes. Pode também acontecer que o tratamento que cura a minha tuberculose não traga quase nenhum alívio para a sua tuberculose. Assim, bem no fundo, é o paciente que está na raiz, e não a doença. A medicina trata as doenças no ser humano muito superficialmente. A meditação trata o homem a partir do seu interior. Em outras palavras pode ser dito que a medicina procura tornar a pessoa saudável a partir de fora. A meditação tenta manter o ser interior de uma pessoa saudável. Nem pode a ciência da meditação estar completa sem a medicina, nem pode a ciência da medicina estar completa sem a meditação, uma vez que o homem é ambos corpo e alma. De fato é um erro lingüístico dizer que o homem é ambos. Por milhares de anos o homem pensou que o corpo e a alma de uma pessoa são entidades separadas. Este pensamento deu origem a dois resultados muito perigosos. Um dos resultados foi que algumas pessoas consideraram que o homem era somente a alma e eles negligenciaram o corpo. Tais pessoas trouxeram pouco a pouco desenvolvimentos na meditação mas não na medicina - a medicina não pôde se tornar uma ciência; o corpo foi totalmente negligenciado. Em contraste, algumas pessoas consideraram o homem apenas como o corpo e negaram a alma. Eles fizeram um monte de pesquisas e desenvolvimentos na medicina mas nenhum passo em direção a meditação. Mas o ser humano é ambos ao mesmo tempo. Eu também estou dizendo que isto é um erro lingüístico: quando nós dizemos ambos ao mesmo tempo, isto dá a impressão que existem duas coisas, mas conectadas. Não, de fato o corpo e a alma do homem são dois extremos do mesmo pólo. Se for visto na perspectiva correta, nós não seremos capazes de dizer que o homem é corpo mais alma - não é assim. O homem é psicossomático ou somato-psíquico. O homem é mente-corpo ou corpo-mente. De acordo comigo, a parte da alma que está dentro do alcance de nossos sentidos é o corpo e aquela parte do corpo que está além do alcance dos sentidos é a alma. O corpo invisível é a alma, e a alma visível é o corpo. Eles não são duas coisas diferentes, eles não são duas entidades separadas, eles são dois estados diferentes de vibração da mesma entidade. Na verdade, esta noção de dualidade tem prejudicado muitíssimo a humanidade. Nós sempre pensamos em termos de dois e acabamos com problemas. Inicialmente nós costumávamos pensar em termos de matéria e energia; agora nós não o fazemos mais. Agora nós não podemos dizer que matéria e energia são separadas. Agora nós dizemos que matéria é energia. A realidade é que usar a velha linguagem está criando dificuldades. Inclusive dizer que matéria é energia não está certo. Existe algo - vamos chamá-lo de X - que visto de uma extremidade é matéria e quando visto da outra extremidade é energia; elas não são duas. Elas são duas diferentes formas da mesma entidade. Similarmente o corpo e a alma são duas extremidades da mesma entidade. A doença pode começar em qualquer das extremidades. Ela pode começar no corpo e atingir a alma - de fato, o que quer que acontece no corpo, a vibração é sentida na alma. É por isto que algumas vezes acontece que um homem é curado fisicamente de uma doença mas ainda continua se sentindo doente. A doença deixou o corpo; o médico diz que não existe doença, mas o paciente ainda se sente doente e recusa a crer que ele não está enfermo. Todas as várias investigações e testes indicam que clinicamente tudo está bem, mas o paciente se mantém dizendo que ele não se sente bem. Este tipo de paciente tem realmente preocupado bastante os médicos, porque todos os métodos de investigações indicam que não existe doença. Mas não ter doença não significa que você está saudável. A saúde tem a sua própria positividade. Ausência de doença é somente um estado negativo. Nós podemos ser capazes de dizer que não existe espinho, mas isto não significa a presença da flor; não existir espinho somente significa ausência de espinhos. Mas a presença de uma flor é completamente outra questão. A ciência da medicina não foi capaz por enquanto de atingir qualquer coisa na dimensão do que é a saúde. Todo o seu trabalho tem sido na dimensão do que é a doença. Se você questiona a ciência da medicina sobre as doenças ela tente dar definições, mas se você pergunta a ela o que é a saúde, então ela tenta lhe enganar. Ela diz que quando não existe doença, então tudo aquilo que permanece saúde. Isto é enganar, não é uma definição. Como pode você definir saúde em relação à doença? É como definir uma flor em relação aos espinhos; é como definir vida em relação à morte, ou a luz em relação à escuridão. É como definir um homem em relação à mulher, ou vice-versa. Não, a ciência da medicina não foi capaz por enquanto de dizer o que é a saúde. Ela pode nos dizer o que é a doença, naturalmente. Existe uma razão para isto. A razão é que a ciência da medicina só compreende a partir do exterior, somente compreende a manifestação corporal - a partir do exterior somente a doença pode ser compreendida. A saúde pode ser compreendida somente a partir daquilo que está dentro do homem, seu ser mais interior e sua alma. A este respeito a palavra hindi swasthya é realmente maravilhosa. A palavra inglesa health (saúde) não é sinônimo de swasthya. Health é derivado de healing (cura). Saúde (health) significa curado (healed) - aquele que se recuperou da doença. Swasthya não significa isto, swasthya significa aquele que se estabeleceu dentro de si mesmo, aquele que atingiu a si mesmo. Swasthya significa aquele que é capaz de permanecer dentro de si mesmo, e é por isto que swasthya não é somente saúde. Verdadeiramente não existe nenhuma palavra em qualquer outra língua no mundo comparável à palavra swasthya. Todas as outras línguas no mundo tem palavras que são sinônimos de doença ou de não-doença. O próprio conceito de swasthya que carregamos é o de não-doença. Porém não ter doença é necessário mas não é suficiente para swasthya. Algo mais é requerido - alguma coisa da outra extremidade do pólo, do nosso ser interior. Mesmo se uma doença começa a partir de fora, suas vibrações ecoam até a alma. Suponha que eu jogue uma pedra em um lago calmo: o distúrbio ocorre somente no lugar onde a pedra bate na água, mas as ondulações produzidas atingem as margens do lago onde a pedra não bateu. Do mesmo modo, o que quer que aconteça com o nosso corpo, suas ondulações atingem a alma. E se a medicina clínica trata somente o corpo, então o que acontecerá com aquelas ondulações que foram até as margens? Se nós jogamos uma pedra no lago e nos concentramos somente no lugar onde a pedra atingiu a água e afundou, então o que acontecerá com aquelas ondulações que agora têm suas próprias existências independentes da pedra? Uma vez que um homem fica doente, as vibrações da doença entram na alma e é por isto que freqüentemente a doença persiste inclusive depois do corpo ter recebido o tratamento e ter se curado. Esta persistência da doença está lá por causa de suas vibrações que ecoaram até o ser mais profundo da pessoa e para as quais a ciência médica não tem solução por enquanto. Assim a ciência médica sempre irá permanecer incompleta sem a meditação. Nós seremos capazes de curar a doença mas nós não seremos capazes de curar o paciente. Naturalmente é de interesse dos médicos que os pacientes não sejam curados; que somente a doença seja curada, mas o paciente deve sempre voltar! A doença também pode se originar na outra extremidade. Na verdade, no estado em que o homem está, a doença já está presente lá. No estado em que o homem está, existe um monte de tensão presente dentro dele. Eu já disse antes que nenhum outro animal está doente desta maneira, está impaciente desta maneira, está em tal tensão - e existe uma razão para isto. Nenhuma mente de outro animal tem esta idéia de tornar-se alguma outra coisa. Um cachorro é um cachorro; ele não tem que se tornar um cachorro. Mas um homem tem que se tornar um ser humano, ele ainda não é um. É por isto que nós não podemos dizer para um cachorro que ele é um pouco menos cachorro. Todos os cachorros são igualmente cachorros. Mas no caso do homem, nós podemos razoavelmente dizer que ele é um pouco menos homem. O homem nunca nasce em sua completude. O homem nasce em estado incompleto; todos os outros animais nascem em sua completude. Não é assim com o homem. Existem certas coisas que ele terá que fazer para ser completo. Este estado de incompletude é a sua doença. É por isto que ele está atormentado durante as vinte e quatro horas do dia. Não é que somente um homem pobre tem problemas por causa de sua pobreza - isto é como nós comumente pensamos. Mas nós não entendemos que se ficamos ricos, somente o nível dos problemas mudam, mas os problemas permanecem. A verdade é que um homem pobre nunca está numa tal ansiedade quanto um homem rico porque o homem pobre tem pelo menos uma justificativa para os seus problemas - que ele é pobre. Um homem rico não tem nem esta justificativa. Ele não pode nem mesmo especificar a razão para a sua ansiedade. E quando a ansiedade não tem uma causa aparente, ela se torna terrível. Uma razão lhe dá algum alívio, algum consolo, porque então se tem esperança de ser capaz de remover as razões. Mas quando algum problema surge sem nenhuma razão então as dificuldades aumentam. As nações pobres têm sofrido muito, mas o dia em que elas se tornarem ricas elas irão compreender que os países ricos têm seus próprios sofrimentos. Eu gostaria que a humanidade escolhesse os sofrimentos do homem rico, não os do homem pobre. Se é uma questão de escolher os sofrimentos, então é melhor escolher aqueles do homem rico. Mas a intensidade da inquietude será elevada. Hoje, a quantidade de inquietude e ansiedade vivida pelos Estados Unidos é maior do que qualquer outro país no mundo. Apesar de que nenhuma outra comunidade teve a quantidade de facilidades que estão disponíveis nos Estados Unidos hoje, é precisamente nos Estados Unidos que pela primeira vez a desilusão tomou lugar. Pela primeira vez as ilusões foram quebradas. O homem costumava pensar que ele estava em ansiedade devido a algum motivo. Nos Estados Unidos, pela primeira vez ficou claro que o homem está em ansiedade não por causa de algum motivo; o homem ele próprio é a ansiedade. Ele inventa novas ansiedades para si mesmo. A personalidade que está dentro dele pede continuamente por alguma coisa que não está lá. Aquilo que está lá continua se tomando sem sentido todo dia; aquilo que já foi atingido se toma sem sentido, fútil. Existe uma luta contínua por aquelas coisas que não se tem. Nietzsche disse em algum lugar que o homem é uma ponte esticada entre duas impossibilidades - sempre ansioso para atingir o impossível, sempre ansioso para se tornar completo. É a partir desta ansiedade de se tornar completo que todas as religiões nasceram. Será bom ressaltar que existiu um tempo na terra quando o sacerdote era também o médico, quando o líder religioso era também o médico. Ele era o sacerdote e ele era o médico. E não será surpresa se chegarmos na mesma situação novamente amanhã. Existirá somente uma pequena diferença: aquele que é um médico será o sacerdote! Isto começou a acontecer nos Estados Unidos, porque pela primeira vez tornou-se claro que a questão não é do corpo somente; e também veio à luz que se o corpo está completamente saudável, então os problemas aumentam muitas vezes, porque pela primeira vez a pessoa começa a sentir a doença que está em seu interior, no outro pólo oposto ao corpo. Nossos sentidos também necessitam de causas. Se um espinho penetrou a perna de alguém, somente então ele sente a perna. Enquanto o espinho não espeta a perna, se permanece inconsciente da perna. Quando o espinho está na perna, então toda a alma torna-se como uma flecha apontando em direção à perna; ele só percebe a perna e nada mais - naturalmente. Mas se o espinho é removido da perna, então o ser vai necessitar perceber alguma outra coisa. Se a sua fome é satisfeita, boas roupas estão disponíveis para serem usadas, sua casa está em ordem, você tem a esposa que quer... - embora não exista maior calamidade neste mundo do que isto. Não existe fim para o sofrimento de uma pessoa que consegue a esposa que queria. Se você não consegue a esposa que quer, então pelo menos você pode obter alguma felicidade da esperança de conseguir. Isto também é perdido quando você consegue a esposa que quer. Eu ouvi falar de um asilo. Um homem foi ver o asilo e o superintendente do asilo levou-o para uma turnê. Em frente a um cubículo particular o homem perguntou ao superintendente o que havia de errado com o ocupante. O superintendente replicou que aquela pessoa se tornou louca porque ela não podia ter a mulher pela qual ele estava apaixonado. Em outro cubículo o ocupante estava tentando quebrar as barras, estava batendo no seu peito, estava puxando seus cabelos. Quando perguntado o que havia de errado com este homem, o superintendente replicou que este homem conseguiu a mesma mulher que a outro não pôde ter e tomou-se louco. Mas por ele não ter conseguido a sua amada, a primeira pessoa costumava manter a foto dela perto de sua cabeça e estava feliz em sua loucura, enquanto que a segunda pessoa estava batendo sua cabeça contra as barras! Felizes são aqueles amantes que não conseguem ter as suas amadas! De fato, aquilo que não conseguimos, nós ansiamos conseguir e assim podemos continuar vivendo nesta esperança. Uma vez que conseguimos, nossas esperanças são despedaçadas e nós nos tornamos vazios. O dia em que o médico tornar o homem livre de seus problemas corporais, neste dia ele terá que começar a outra parte do trabalho. O dia em que o homem se tornar livre de suas doenças corporais, neste dia nós estaremos lhe proporcionando a situação para ele se tornar consciente de suas doenças internas. Pela primeira vez ele terá problemas interiores e irá se espantar que tudo na superfície está bem e ainda assim nada parece estar bem. Não é surpresa que na Índia, os vinte e quatro tirthankaras eram filhos de reis; Buda era um filho de rei; Rama e Krishna eram todos de famílias reais. Para estas pessoas a inquietude havia desaparecido ao nível do corpo; suas inquietudes viam de dentro agora. A medicina tenta liberar o homem das doenças superficialmente, no nível do corpo. Mas lembre-se, inclusive se ficar livre de todas as suas doenças, o homem não se torna livre da doença básica de ser um ser humano. Esta doença de ser um ser humano é um desejo pelo impossível. Esta doença de ser um homem não será satisfeita com nada, esta doença de ser um homem está tornando fútil tudo aquilo que se alcança e dando importância a tudo aquilo que não se tem. A cura para a doença de ser um homem é a meditação. Para todas as outras doenças, os médicos têm a cura, a medicina tem a cura; mas para esta doença particular de ser um homem somente a meditação tem a cura. A ciência médica será completa no dia que nós entendermos o lado interior do homem e começarmos a trabalhar com ele também, porque de acordo com o meu entendimento, esta pessoa sem-paz (doente) que está sentada dentro de nós cria mil e uma doenças ao nível do corpo externo. Como eu já disse, sempre que o corpo se toma enfermo, as vibrações, as ondulações são sentidas na alma. Similarmente, se a alma está doente, então as ondulações atingem o nível do corpo. É por isto que existem tantos tipos de pacientes no mundo. Não deveria ser assim se a patologia é uma ciência; então não pode haver milhares de pacientes. Mas isto se tomou possível porque as doenças do homem são de milhares de tipos. Alguns tipos de doenças não podem ser curadas pela alopatia. Para estas doenças que se originam na interioridade do homem e viajam para o seu exterior, a alopatia é inútil. Para aquelas doenças que começam no exterior e se movem em direção ao interior, a alopatia é muito bem sucedida. Aquelas doenças que atingem o lado externo a partir de dentro não são doenças corporais absolutamente. Elas somente se manifestam no nível corporal. Seu nível de origem é sempre psíquico, ou ainda mais profundo - espiritual. Agora, se a pessoa está sofrendo de uma doença em sua psique, isto significa que nenhuma medicina clínica pode dar-lhe algum alívio. De fato ela pode ser prejudicial, porque ela irá tentar fazer algo e no processo, se ela não dá alívio, ela está destinada a fazer algo prejudicial. Somente aqueles medicamentos que são incapazes de causar prejuízo são incapazes de dar algum alívio também. Por exemplo, a homeopatia não pode prejudicar ninguém, porque não existe nenhuma questão de algum alívio proveniente dela também. Mas a homeopatia dá alívio. Ela é incapaz de prover alívio mas isto não significa que as pessoas não recebam alívio. Mas receber alívio é uma história totalmente diferente; dar alívio é novamente uma história diferente. Estas duas coisas são dois fenômenos separados. As pessoas acabam recebendo alívio porque se a pessoa está criando a doença ao nível de sua psique então ela necessita algum placebo para ela. Ela precisa algum placebo para a sua doença, ela necessita algum consolo, alguma garantia de que ela não está doente, mas está somente carregando a idéia de que está doente. Isto também pode ser conseguido através das cinzas de algum medicamento; pode ser conseguido através da água sagrada do Ganges, etc. Hoje em dia um monte de experiências estão sendo feitas com o que se pode chamar de medicina ilusória, placebo. Se dez pacientes estão sofrendo da mesma doença, e três deles são tratados pela alopatia, três com a homeopatia e três com a naturopatia, então um resultado interessante é visto: cada uma destas patias está afetando a mesma percentagem de pessoas para o bem e para o mal. Não existe muita diferença nas proporções. Isto cria algum motivo para pensar. O que está acontecendo? De acordo comigo, a alopatia é a única medicina científica. Mas desde que algo no homem é não científico, a medicina científica sozinha não pode funcionar. Somente a alopatia lida com o corpo humano de uma maneira científica. Mas a alopatia não pode curar cem por cento, porque o homem em seu ser interior é imaginativo, inventivo e projetivo também. Na verdade uma pessoa na qual a alopatia não funciona está doente devido a alguma razão não científica. O que significa estar doente devido a alguma razão não científica? Estas palavras podem soar muito estranhas. Você sabe que pode haver tratamentos médicos científicos e pode haver também tratamentos médicos não científicos. Eu estou dizendo para você que também pode haver doença científica e doença não científica - maneiras não científicas de cair doente. Todas as doenças que começam no nível da psique de uma pessoa e se manifestam no nível do corpo, não podem ser curadas de uma maneira científica. Eu conheço uma jovem mulher que ficou cega. Mas a cegueira era psicológica - na verdade seus olhos não estavam afetados. Especialistas de olhos disseram que os olho estavam bons, a garota estava enganando todo mundo. Mas a garota não estava enganando ninguém, porque inclusive se você conduzisse ela em direção ao fogo ela poderia entrar no fogo; ela poderia bater em uma parede e machucar a sua cabeça. A menina não estava louca; ela realmente não podia ver com seus olhos. Mas esta doença estava além dos médicos. A garota foi trazida para mim e eu tentei entendê-la. Eu vim a saber que ela estava apaixonada por alguém, mas os membros de sua família lhe impediam de ver esta pessoa. Quando repetidamente eu lhe indagava, ela respondia que não tinha desejo de ver mais ninguém no mundo exceto o seu amado. Esta determinação de não ver ninguém exceto o seu amado... e se este tipo de intensidade está presente na determinação, os olhos tomam-se psicologicamente cegos. Os olhos irão se tomar cegos, os olhos irão parar de ver qualquer coisa. Isto não pode ser entendido vendo-se a anatomia dos olhos, porque a anatomia está normal, o mecanismo de visão está funcionando. Somente aquele que vê, que costumava estar atrás dos olhos escapuliu, removeu a si mesmo de lá. Nós experimentamos isto na nossa vida do dia-a-dia, apenas não estamos conscientes disto. O mecanismo de nosso corpo funciona somente enquanto nossa presença está lá atrás dele. Agora considere um jovem rapaz jogando futebol que machuca a sua perna. Ele está sangrando mas ele não percebe isto. Os outros podem ver que ele está sangrando mas ele mesmo não tem idéia disto. Então quando o jogo acaba depois de meia hora, ele agarra a sua perna e começa a gritar e perguntar quando ele se machucou. Está doendo muito. Agora meia hora se passou desde que ele foi ferido. O machucado em sua perna é uma realidade, os mecanismos sensoriais em sua perna estão funcionando absolutamente bem - desde que são eles que o informam sobre a dor depois de meia hora - então por que não foi a informação conduzida mais cedo? Sua atenção não estava lá com a perna, sua atenção estava no jogo, e tão grande era a sua atenção que não sobrou nada dela para perceber a perna. A perna o estava informando - os músculos, os nervos devem ter se contorcido - a perna deve ter chamado em todas as portas possíveis, ela deve ter pedido uma substituição, mas o homem na substituição estava dormindo. Ele estava dormindo profundamente ou ele estava em outro lugar. Ele estava ausente, ele não estava presente. Quando ele voltou depois de meia hora, então percebeu que havia um machucado na perna. Eu disse para a família da garota para fazer uma coisa. Eu lhes disse que desde que não lhe era permitido ver a pessoa que ela queria ver, ela cometeu um suicídio parcial - um suicídio de seus olhos. Nada mais estava errado com ela exceto que ela entrou numa fase de suicídio parcial. Deixe seu amado encontrá-la. Eles disseram: "O que isto tem haver com os olhos?" Eu lhes pedi para tentar somente uma vez. E tão logo ela foi informada que tinha a permissão de encontrar o seu amado e que ele iria chegar às cinco horas, ela veio e ficou na porta. Seus olhos estavam bem! Não, isto não é uma decepção. Agora, experiências com o hipnotismo têm nos mostrado que não existe lugar para a fraude. Isto eu estou lhes dizendo a partir de minhas próprias experiências. Se uma pessoa profundamente hipnotizada recebe uma pedra em sua mão e lhe é dito que é um pedaço de carvão quente, ela irá se comportar exatamente da maneira que faria com um pedaço de brasa em sua mão. Ela irá atirá-la longe, começará a gritar, chorando que foi queimada. Até este ponto isto pode ser facilmente entendido. Mas ela também terá bolhas em suas mãos - e então a dificuldade surge. Se meramente imaginando que existe carvão queimando em sua mão você pode ter bolhas, então é perigoso começar o tratamento destas bolhas no nível do corpo. O tratamento destas bolhas deveria começar no nível da mente. Como consideramos somente uma extremidade do homem, temos sido capazes de lentamente eliminar doenças que afetam o corpo, mas ao mesmo tempo as doenças originadas na mente aumentaram. Hoje, aqueles que pensam somente em termos de ciência começaram a concordar que pelo menos cinqüenta por cento das doenças são da mente. Isto não é assim na índia, porque para as doenças da mente, primeiramente uma mente forte é requerida. Na índia nós vemos que ainda cerca de noventa e cinco por cento das doenças são do corpo, mas nos Estados Unidos incidentes de doenças da mente estão aumentando. As doenças da mente geralmente começam no interior e se espalham para o exterior; elas são doenças exteriorizantes, enquanto que aquelas do corpo são interiorizantes. Se você tenta tratar as manifestações corporais das doenças mentais, então ela irá imediatamente encontrar algum outro meio de manifestação. Nós podemos ser capazes de parar os pequenos efeitos da doença mental de um lugar, ou de um segundo ou terceiro lugar, mas ela certamente irá se manifestar em um quarto ou quinto lugar. Ela irá tentar se manifestar no ponto fraco da personalidade do indivíduo. É por isto que muitas vezes um médico não é apenas incapaz de tratar uma doença mas também é responsável pela multiplicação de várias formas de doenças. O que poderia vir através de um única fonte começa a vazar de várias fontes, porque nós construímos diques em diferentes lugares. De acordo comigo, a meditação é a cura da outra extremidade do ser humano. Naturalmente, os medicamentos dependem da matéria, seus constituintes químicos; a meditação depende da consciência. Não existem tabletes disponíveis para a meditação, ainda que as pessoas estejam tentando. LSD, mescalina, marijuana - milhares de coisas estão sendo tentadas. Milhares de esforços estão avançando para produzir pílulas para a meditação. Mas você nunca pode ter pílulas para a meditação. De fato, tentar fazer tais pílulas é a mesma velha teimosia de somente tratar o nível do corpo, de fazer todos os tratamentos somente a partir de fora. Mesmo sendo dentro que a sua psique é afetada, nós ainda iremos tratar a partir de fora, nunca a partir de dentro. Drogas como mescalina e LSD podem somente produzir uma ilusão de saúde interna, elas não podem criá-las. Nós não podemos atingir o ser mais interno do homem através de nenhum meio químico. Quanto mais nós vamos para dentro, menor será o efeito das substâncias químicas. Quanto mais nós vamos para dentro do homem, menos importante as abordagens físicas e materiais se tomam. Uma abordagem não material, ou nós poderíamos dizer uma abordagem psíquica, faz sentido. Mas isto não aconteceu até agora por causa de alguns preconceitos. É interessante que os médicos são uma das duas ou três profissões mais ortodoxas do mundo. Professores e doutores médicos se destacam entre as pessoas mais ortodoxas. Eles não abandonam as velhas idéias facilmente. Existe uma razão para isto - talvez seja uma razão quase natural. Se os professores e médicos abandonarem as velhas idéias, tornando-se flexíveis, então eles terão dificuldades ensinando as crianças. Se as coisas são fixas, então eles são capazes de ensinar eficientemente. As idéias deveriam ser definidas, sólidas, e não instáveis e fluídas; então eles podem ter confiança enquanto ensinam estas idéias. Mesmo os criminosos não requerem a quantidade de autoconfiança que um professor requer. Ele deve ter autoconfiança de que aquilo que ele está ensinando está absolutamente certo; e quem quer que necessite este tipo de autoconfiança a cerca de estar certo em sua profissão toma-se ortodoxo. Professores tornam-se ortodoxos. Isto resulta em grande prejuízo, porque em todos os sentidos a educação deveria ser a menos ortodoxa; de outro modo existirá obstáculos no caminho do progresso. Esta é a razão porque nenhum professor é um inventor. Existem tantos professores em todas as universidades mas os inventos, as descobertas são feitas pelas pessoas de fora. Mais de setenta por cento dos ganhadores do prêmio Nobel são pessoas de fora das universidades. A outra profissão que é cheia de ortodoxia é a dos médicos. Este também tem as suas razões profissionais. Os médicos têm que tomar decisões muito rápidas. Se eles começam a contemplar enquanto o paciente está agonizando, então somente as idéias permanecerão, o paciente irá morrer. Se o médico é muito não ortodoxo, liberal e pratica novas teorias, faz novos experimentos a todo o momento, então também existe perigo. Ele tem que tomar decisões instantâneas e todos aqueles que têm que tomar decisões instantâneas contam principalmente com o conhecimento do passado; eles não querem se ver envolvidos em novas idéias. Estas pessoas que estão tomando decisões imediatas todo dia têm que se apoiar no conhecimento passado e este é o motivo da profissão médica estar atrasada em relação às pesquisas médicas por cerca de trinta anos. Isto resulta em muitos pacientes morrendo desnecessariamente, porque o que não deveria ser praticado hoje está na verdade sendo seguido. Mas isto é um risco profissional. E assim alguns dos conceitos dos médicos são bem no fundo muito fundamentalistas. Um deles é sua fé na medicina mais do que no próprio homem - mais fé na química do que na consciência, mais importância é dada para a química do que para a consciência. O resultado mais perigoso desta atitude é que enquanto se dá mais importância para a química, nenhuma experiência será feita na consciência. Aqui eu gostaria de falar um pouco sobre tais exemplos assim você poderá ter alguma idéia. Ter um trabalho de parto sem dor durante o nascimento de uma criança tem sido um problema muito antigo; como dar nascimento a uma criança sem dor tem sido por muito tempo um questionamento. Naturalmente os sacerdotes são contra isto. Na verdade os sacerdotes são contra a própria idéia de que o mundo poderia se tomar livre da dor e sofrimento; porque eles iriam perder o emprego se não existisse dor neste mundo. Sua profissão não teria mais sentido. Se existe dor, sofrimento e miséria, então existe um apelo, uma prece. Talvez inclusive Deus possa ser totalmente negligenciado se não existir sofrimento no mundo. As pessoas dificilmente rezariam, porque nós lembramos de Deus somente no sofrimento. Os sacerdotes sempre foram contra o parto sem dor. Eles dizem que a dor durante o parto é um processo natural. Mas ela não deveria estar lá. Chamá-la de um arranjo de Deus é uma falsa idéia. Nenhum Deus quer dar dor durante o nascimento de uma criança. O médico acredita que para o parto de uma criança ser sem dor algum medicamento deveria ser dado, alguma química deveria ser arranjada, anestesia deveria ser dada. Todos estes remédios dos médicos começam no nível do corpo, significando que nós levamos o corpo a um tal estado que a mãe não faz idéia que ela está com dor. Naturalmente as próprias mulheres experimentaram com isto através dos séculos... É por isto que setenta e cinco por cento dos bebes nascem durante a noite. É difícil durante o dia porque uma mulher é muito ativa e desperta neste período. Quando a mulher está adormecida ela está mais relaxada e é mais fácil para o bebe nascer. Durante a noite elas vão dormir, elas estão mais relaxadas e assim setenta e cinco por cento dos bebes não têm a chance de nascer quando o sol está brilhando; eles têm que nascer na escuridão. Uma mãe começa a criar obstáculos para a criança exatamente a partir do momento que ela está por nascer. Naturalmente mais tarde ela providencia muito mais obstáculos para a criança, mas ela começa a causar dificuldades para a criança mesmo antes do nascimento. Uma das soluções é fazer alguma coisa através de medicamentos de forma que o corpo se torne relaxado como durante o sono. Estes remédios têm sido usados mas eles têm seus próprios problemas. O maior problema é que nós não confiamos nem um pouco na consciência da pessoa. E na medida que esta confiança na consciência da pessoa continua decrescendo, a consciência começa a desaparecer. Um médico chamado Lozem tem confiado na consciência humana e ele tem feito milhares de partos de bebes sem dor para as mulheres. Este método é o de cooperação consciente. A mãe tenta cooperar meditativamente, conscientemente, durante o parto, ela o saúda, ela não luta contra ou tenta resistir a ele. A dor que é produzida não é por causa do nascimento da criança, mas por causa da luta que a mãe faz contra ele. Ela tenta comprimir todo o mecanismo do parto. Ela tem medo de que ele será doloroso, ela está temendo o parto. Esta resistência centrada no medo está impedindo a criança de nascer. Enquanto a criança está tentando nascer, existe uma briga entre os dois; existe um conflito entre a criança e a mãe. Este conflito é o responsável pelo sofrimento. Este sofrimento não é natural: ele é proveniente do conflito, da resistência. Existem dois jeitos possíveis de resolver este problema da resistência. Nós podemos sedar a mãe, se nós trabalhamos no nível do corpo. Mas a coisa a ser lembrada aqui é que a mãe que gera sua criança em um estado de inconsciência nunca pode se tornar uma mãe num sentido mais amplo. E existe uma razão para isto. Quando a criança respira, não é somente uma criança nascendo mas uma mãe também está nascendo. O nascimento de uma criança é na verdade dois nascimentos: por um lado a criança está nascendo e por outro uma mulher comum se torna uma mãe. E se o bebê está nascendo em um estado de inconsciência, nós conseguimos distorcer a relação básica entre a mãe e a criança. A mãe não terá nascido, somente uma enfermeira permanecerá no processo. Eu não sou a favor de parir uma criança através da sedação da mãe com o auxílio de químicas ou usando meios superficiais. A mãe deveria estar totalmente consciente durante o parto, porque naquela própria consciência a mãe está nascendo também. Se você compreender a verdade desta questão, então isto significa que a consciência da mãe deveria ser treinada para o parto. A mãe deveria ser capaz de dar nascimento ao filho meditativamente. A meditação tem dois sentidos para a mãe. Um é de que ela não deveria resistir, não deveria lutar. Ela deveria cooperar com tudo o que está acontecendo. Assim como um rio que flui aonde quer que exista uma depressão na terra, assim como os ventos que estão soprando, assim como a queda das folhas - ninguém nem mesmo nota e a folha seca cai da árvore - similarmente ela deveria estar em total cooperação com o que acontece com ela. E se a mãe dá a sua total colaboração durante o parto, não luta contra ele, não fica com medo, torna-se totalmente imersa meditativamente no evento, então haverá o nascimento sem dor, a dor irá simplesmente desaparecer. Eu estou lhes falando isto a partir de uma base científica. Muitos experimentos têm sido feitos usando este método. O parto se tornará livre de sofrimentos. E lembre-se, isto terá resultados de longo alcance.Primeiramente, nós guardamos um sentimento de animosidade em relação a coisa ou pessoa que nos traz dor a partir do primeiro momento de contato. Nós mantemos um tipo de inimizade com a pessoa com a qual lutamos em nossa primeiríssima experiência. Isto se torna um obstáculo na formação de um relacionamento amigável. É difícil criar uma ponte de cooperação com a pessoa com a qual nos sentimos em conflito desde o princípio. O relacionamento será superficial. Mas naquele momento em que formos capazes de dar à luz uma criança com cooperação e cheios de consciência... Isto é muito interessante: até agora nós apenas ouvimos a expressão ‘dores do parto’, mas nós nunca ouvimos a expressão ‘êxtase do parto’ - porque isto não aconteceu até agora. Mas se existe total cooperação, então ‘êxtase do parto’ irá também acontecer. Assim eu não sou a favor do nascimento sem dor, eu sou a favor do nascimento em êxtase. Com a ajuda da ciência médica, no máximo podemos atingir o nascimento sem dor mas nunca o nascimento em êxtase. Mas se nós o abordamos a partir do lado da consciência, então podemos ter o nascimento em êxtase. E a partir do primeiro momento nós iremos ser capazes de construir uma conexão interior consciente entre a mãe e a criança. Isto foi apenas um exemplo para vocês verem que alguma coisa pode ser feita a partir de dentro também. Quando nós ficamos doentes, tentamos combater a doença somente a partir de fora. A questão é, o paciente está realmente pronto para combater a doença a partir de dentro? E nós nunca nos preocupamos em saber isso. É totalmente possível que ela seja uma doença auto-convidada. O número de doenças auto-convidadas é grande. Atualmente muito poucas doenças vêm por si próprias, a maior parte delas são convidadas. Naturalmente, nós as convidamos muito tempo antes delas chegarem; por esta razão não somos capazes de ver qualquer conexão entre os dois. Por milhares de anos muitas sociedades no mundo não puderam formar uma conexão entre o intercurso físico e o nascimento da criança porque a diferença de tempo era grande - nove meses. Era difícil para eles relacionar uma causa e efeito tão distantes. E também nem todo intercurso leva ao nascimento de uma criança, assim, obviamente não existia razão para pensar em termos de conexão entre os dois. Foi muito mais tarde que o homem entendeu que o que havia ocorrido nove meses atrás está resultando em um nascimento hoje. Ele pôde formar um relacionamento de causa e efeito. O mesmo acontece conosco com relação à doença. Nós a convidamos algum dia, mas ela virá mais tarde. Muito tempo passa entre os dois eventos e esta é a razão de não sermos capazes de ver alguma conexão entre os dois. Eu ouvi falar de um homem que estava a beira de se tornar falido. Ele estava com medo de ir ao mercado, para a sua loja. Ele estava com medo inclusive de caminhar nas ruas. Um dia quando ele estava saindo do seu banheiro ele caiu e ficou paralisado. Todos os tipos de tratamentos foram aplicados. Mas nós não queremos aceitar que o homem quis se tornar paralisado. Ele não pensou isto conscientemente, mas este não é o ponto. Nem importa se ele decidiu ou não ficar paralisado - mais provavelmente ele nunca pensou nisto. Mas em algum lugar dentro de sua mente, em seu inconsciente, ele deve ter desejado que ele não pudesse ir ao mercado ou para a loja ou nas ruas. Esta é a primeira coisa. Em segundo lugar, ele também desejou que as pessoas fossem menos hostis com ele e desejou que elas começassem a mostrar alguma simpatia - estes eram os seus desejos profundos. Obviamente seu corpo irá apoiá-lo. O corpo sempre segue a mente como uma sombra, ele sempre irá apoiar a mente. A mente faz os arranjos. Na verdade nós nunca fazemos idéia de que arranjos a mente tem em seu depósito. Se você jejuou por todo o dia, então você irá ter uma refeição à noite - a mente vai cuidar disto. Ela irá lhe dizer, em seus sonhos, que você jejuou por todo o dia, que você deve estar desconfortável; vamos a uma festa no palácio do rei. E você irá comer lá, à noite, em seus sonhos. A mente arranja tudo o que o corpo não pôde fazer. Assim a maioria dos sonhos que nós vemos são somente isto - somente substituição. O que nós não podemos fazer durante o dia, nós fazemos à noite. A mente arranja todas estas coisas. Se de repente à noite você sente vontade de ir ao banheiro, isto significa que a mente está soando um alarme. Ela irá enviar você ao banheiro em seu sonho e você irá se sentir menos apertado em sua bexiga. Você irá pensar que está bem e que você esteve no banheiro. A mente arranja para que o seu sonho não seja perturbado. Durante todo o dia e noite a mente está constantemente fazendo arranjos de maneira que todos os seus desejos são preenchidos. Este homem teve um ataque de hemiplegia e caiu. Agora nós estamos tentando tratar isto. Mas na verdade os medicamentos podem prejudicá-lo, porque ele não tem hemiplegia; ele trouxe a doença para si mesmo. Mesmo se curarmos a sua paralisia então ele irá manifestar uma segunda ou uma terceira ou talvez uma quarta doença. Na verdade até que ele junte coragem para ir ao mercado, ele irá sofrer de uma doença ou outra. E logo que ele fica doente ele descobre que toda a situação mudou. Agora ele tem alguma justificativa para a falência. O que eu posso fazer? - Eu estou paralisado! Agora ele pode dizer para seus credores: "Como eu posso reembolsar vocês? Vocês podem ver a condição que eu estou." Na verdade, quando o credor chegar, ele próprio se sentirá envergonhado de pedir o dinheiro. A sua mulher cuidará melhor dele, os seus filhos irão lhe servir melhor, os seus amigos irão vir encontrá-lo, as pessoas irão circundar a sua cama. Na realidade, nunca demonstramos o nosso amor por alguém até ele ficar doente. Assim quem quer ser amado tem que ficar doente. As mulheres estão sempre ficando doentes e a razão principal é que para elas esta é a maneira de receber amor. Elas sabem que não existe outro jeito de manter seus maridos em casa. A mulher não pode mantê-lo lá mas a doença pode. Uma vez que nós compreendemos isto, e isto é fixado em nossas mentes, então cada vez que quisermos alguma simpatia nós iremos ficar doentes. Na verdade é perigoso mostrar simpatia para um homem doente; você deveria somente tratá-lo. É perigoso porque através da simpatia você pode estar adicionando sabor para a sua doença e isto será prejudicial. Nenhum remédio irá curar esta pessoa que teve paralisia; no máximo ela irá mudar de doença, porque na realidade ela não tem a doença, é somente um profundo auto-sugestionamento. A hemiplegia é mental na origem. Uma história similar é a de outro homem que estava também sofrendo de hemiplegia. Por dois anos ele sofreu e não podia nem se levantar. Um dia a sua casa pegou fogo e todo mundo correu para fora da casa. De repente eles se apavoraram e queriam saber o que aconteceu ao homem doente. Mas então eles o viram vindo - ele estava correndo - e esta pessoa não podia nem se sentar antes. E quando sua família mencionou que ele podia caminhar, ele disse que isto não era possível e caiu ali mesmo. O que aconteceu a este homem?... e ele não está enganando ninguém. A doença é gerada pela mente, não é gerada pelo corpo. Esta é a única diferença. E esta é a razão do porque quando um médico diz a um paciente que a sua doença está na mente, o paciente não gosta, porque parece que ele está tentando desnecessariamente mostrar que está doente. Isto não está certo. Ninguém quer mostrar que está doente sem razão. Existem razões mentais para ficar doente e estas razões são tão importantes ou talvez mais importantes do que as razões para ficar doente por causa de algum problema físico. E será um erro por parte do médico dizer a alguém, inclusive por engano, que ele está mentalmente doente. O paciente não se sente melhor com esta afirmação; de fato ele se sente rancoroso com o médico. Nós ainda não fomos capazes de desenvolver uma atitude amorosa em relação às doenças geradas pela mente. Se a minha perna está machucada então todo mundo será simpático, mas se minha mente está machucada então as pessoas irão dizer que é uma doença mental - como se eu tivesse feito alguma coisa de errado. Se minha perna está machucada então eu ganho simpatia, mas se eu tenho uma doença gerada pela mente então eu sou culpado como se fosse minha falta! Não, não é minha falta. As doenças geradas pela mente têm o seu próprio lugar, mas os médicos não aceitam isto. Esta relutância é porque eles têm tratamento somente para as doenças geradas pelo corpo; não existe outra razão. Está além dele, portanto ele simplesmente diz que isto não é uma doença. Na verdade, ele deveria dizer que está além de seu alcance. Ele poderia lhe aconselhar a achar um tipo diferente de médico. Esta pessoa precisa verdadeiramente de um tratamento que irá começar de dentro e então vir para fora. E é possível que uma coisa muito pequena possa mudar a sua vida interior. De acordo comigo, a meditação é um tratamento que se expande de dentro para fora. Um dia alguém veio a Buda e perguntou: "Quem é você? Você é um filósofo, ou um pensador ou um santo ou um yogi?" Buda respondeu: "Eu sou somente um curador, um médico." Esta resposta dele é verdadeiramente maravilhosa: somente um curador - eu sei alguma coisa sobre as doenças interiores e isto é o que eu discuto com você. O dia que nós entendermos que teremos que fazer alguma coisa com relação a estas doenças geradas pela mente - porque de qualquer jeito nunca seremos capazes de erradicar completamente todas as doenças geradas pelo corpo - tal dia nós veremos que a religião e a ciência chegaram mais perto uma da outra. Neste dia nós iremos ver que a medicina e a meditação chegaram mais próximas uma da outra. Meu próprio entendimento é que nenhum outro ramo da ciência ajudará tanto quanto a medicina em atravessar esta fenda. A química não tem nenhuma razão para se aproximar mais da religião até agora. Similarmente, a física e a matemática não têm nenhuma razão para se aproximar mais da religião até agora. A matemática pode sobreviver sem a religião e eu acho que isto irá permanecer verdadeiro para sempre, porque eu não vejo uma situação onde a matemática irá precisar da ajuda da religião. Nem posso conceber um momento no qual a matemática sentirá que não pode se desenvolver sem a religião. Nunca este dia chegará. A matemática pode continuar o seu jogo eternamente, porque a matemática é somente um jogo, não é vida. Mas um médico não está jogando um jogo, ele está lidando com a vida. Mais provavelmente é o médico que irá se tomar a primeira ponte entre a religião e a ciência. Na verdade isto já começou a acontecer, especialmente nas nações mais desenvolvidas e com mais conhecimentos. A razão é que os médicos têm que lidar com vidas humanas. É o que Carl Gustav Jung disse um pouco antes de morrer. Ele disse que por ser um médico eu posso dizer que todos os pacientes que vieram a mim depois da idade de quarenta anos, basicamente suas doenças eram por causa da perda da religião. É uma questão muito surpreendente. Se de algum modo nós pudermos lhes dar algum tipo de religião então eles se tornarão saudáveis. Vale a pena entender isto. Quando a vida de uma pessoa declina... Até a idade de trinta e cinco anos ela está subindo, depois disto ela começa a descer. Trinta e cinco é o pico. Então é possível que até a idade de trinta e cinco anos uma pessoa pode não encontrar nenhum valor na meditação, porque até então o homem é orientado pelo corpo; o corpo ainda está ascendendo. Talvez todas as doenças neste estágio sejam do corpo. Mas depois da idade de trinta e cinco anos as doenças tomarão uma nova direção, porque agora a vida começou a se mover em direção à morte. E quando a vida cresce ela expande em direção ao exterior, mas quando o homem morre ele se recolhe para dentro. A velhice é recolher-se para dentro. A verdade é que mais provavelmente todas as doenças de pessoas velhas estão enraizadas bem no fundo na morte. Usualmente a gente diz que tal e tal pessoa morreu por causa de tal e tal doença. Mas eu acho que seria mais apropriado dizer que tal e tal pessoa está doente por causa da morte. O que acontece é que a possibilidade da morte toma a pessoa vulnerável para todos os tipos de doenças. Tão logo uma pessoa sente que está se movendo em direção à morte, todas as portas se abrem para as várias doenças e ela começa agarrar-se a elas. Inclusive se uma pessoa saudável fica sabendo com certeza que irá morre amanhã, ela cairá doente. Tudo estava bem, todos os relatórios eram normais; o raio-X era normal, a pressão sangüínea estava dentro dos limites normais, o pulso estava bem; o estetoscópio estava comunicando que tudo estava perfeito. Mas se uma pessoa se torna totalmente convencida de que amanhã ela irá morrer, então você verá que ela começa a apanhar uma variedade de doenças. Ela irá apanhar tantas doenças em vinte e quatro horas que seria difícil apanhá-las em vinte e quatro vidas. O que aconteceu a esta pessoa? Ela se abriu para todos os tipos de doenças. Ela parou de resistir. Uma vez que ela tenha certeza de sua morte, ela se retira de sua consciência que estava dentro dela agindo como uma parede e formando uma barreira contra todas as doenças. Agora ela se tomou pronta para a sua morte e as doenças começam a chegar. E é por isto que uma pessoa aposentada morre cedo. Assim todo mundo que deseja se aposentar deveria entender isto antes de se aposentar. Eles morrem mais cedo cerca de cinco ou seis anos. Aquele que poderia morrer aos setenta anos, irá morrer quando ele tem somente sessenta e cinco anos; aquele que poderia morrer aos oitenta anos, irá morrer quando tiver setenta e cinco. Aqueles dez, quinze anos de aposentadoria serão gastos na preparação para a morte, ele não irá realizar mais nada, porque agora ele sabe que ele não tem uso na vida. Não existe trabalho para ele, ninguém o cumprimenta na rua. Era diferente quando ele estava no escritório. Agora inclusive ninguém olha para ele, porque agora eles têm que cumprimentar outro alguém. Tudo funciona baseado na economia. Novas pessoas estão lá no escritório, assim as pessoas têm que cumprimentá-las. Elas não podem se dar ao luxo de além disto cumprimentar este homem. Elas irão esquecê-lo. Agora ele de repente compreende que se tornou inútil. Ele se sente sem raízes. Ele não tem utilidade para ninguém. Mesmo seus filhos estão ocupados com as esposas, indo ao cinema. As pessoas que ele conheceu, lentamente começaram a acabar no sítio de cremação. Ele se tomou inútil para as mesmas pessoas que precisavam dele antes. De repente ele se tornou vulnerável, ele se abriu completamente para a morte. Quando a consciência do homem se torna saudável a partir de dentro? Primeiramente, quando ele começa a sentir sua consciência interior. Freqüentemente nós não sentimos o interior; todas as nossas sensações são para o corpo - para a mão, para a perna, para a cabeça, para o coração. Não existe nenhuma sensação de "Eu sou." Toda a nossa consciência está concentrada na casa e não no habitante da casa. Esta é uma situação muito perigosa, porque se a casa começar a desmoronar amanhã então eu pensarei que estou desmoronando, e este próprio fato se tornará a minha doença. Mas se eu entender que eu sou diferente da casa, eu apenas estou residindo nela - inclusive se a casa ruir - então isto fará uma grande diferença, uma diferença básica. Então o medo da morte irá desaparecer. Sem meditação o medo da morte nunca desaparece. Então o primeiro significado da meditação é consciência de si mesmo. Enquanto estivermos na consciência, nossa consciência é sempre um estar ciente de alguma coisa, nunca é sobre si mesmo. É por isto que quando nos sentamos sozinhos começamos a nos sentir sonolentos, porque não existe nada para fazer. Se estamos lendo um jornal ou escutando rádio, então nos sentimos despertos. Se deixarmos uma pessoa sozinha em um quarto escuro então ela se sentirá sonolenta, porque uma vez que você não pode ver nada você não precisa de sua consciência. Se você não pode ver nada, então o que você pode fazer a não ser dormir? Parece não haver outra solução. Se você está só, existe escuridão, ninguém para conversar, nada para pensar a respeito, então o sono o envolverá. Não existe outro jeito. Lembre-se que o sono e a meditação são semelhantes em um sentido, e diferentes em outro. Dormir significa que você está sozinho mas está entorpecido. Meditação significa que você está sozinho mas está acordado. Esta é a única diferença. Se você pode permanecer ciente de si mesmo quando está sozinho... Um dia uma pessoa sentada com Buda estava mexendo seu dedo do pé. Buda lhe perguntou: "Por que você está mexendo o seu dedo?" A pessoa respondeu: "Esqueça isto, ele estava apenas se movimentando. Eu inclusive não estava consciente dele." Buda disse: "Seu dedo está se mexendo e você nem percebe? De quem é o dedo? É seu?" A pessoa disse: "É meu - mas por que você se desviou do que você estava falando? Por favor continue." Buda disse: "Eu não irei mais continuar com a minha fala porque a pessoa com quem eu estava falando está inconsciente. E permaneça atento ao movimento do seu dedo no futuro. Isto criará uma dupla atenção em você. Na consciência do dedo irá nascer a consciência do observador também." A atenção é sempre bi-direcionada. Se nós experimentamos com ela, então um dos lados dela irá para fora e o outro irá penetrar para dentro de você. Assim a meditação básica é começarmos a estar conscientes de nossos corpos e de nós mesmos. E se esta consciência puder aumentar então o medo da morte irá desaparecer. E a ciência médica que não pode libertar o homem do medo da morte nunca pode curar esta doença que é o homem. Naturalmente que a ciência médica tenta arduamente; ela tenta aumentar o tempo de vida. Mas aumentar o seu tempo de vida somente aumenta o período de espera pela morte e nada mais. E é melhor esperar por um curto período de tempo do que por um longo. Você torna a morte inclusive mais lamentável aumentando o tempo de vida. Você sabe, existe um movimento acontecendo naqueles países onde a ciência médica está aumentando o tempo de vida das pessoas. Este movimento é pela eutanásia. Os idosos estão exigindo na constituição que eles possam ter o direito de morte. Eles dizem que a vida tornou-se árdua para eles e você está apenas mantendo-os pendurados nos hospitais. Isto se tomou possível: você pode colocar um homem em um cilindro de oxigênio e mantê-lo suspenso indefinidamente. Você pode mantê-lo vivo, mas esta vida será pior do que a morte. Deus sabe quantas pessoas na Europa e nos Estados Unidos estão deitadas nos hospitais de ponta cabeça ou outras posições estranhas, ligadas a cilindros de oxigênio. Elas não têm o direito de morrer e elas estão exigindo o direito de morrer. Meu entendimento é que pelo final deste século a maior parte dos países desenvolvidos no mundo terão o direito de morrer como um dos direitos constitucionais do homem, porque o médico não tem direito de manter uma pessoa viva contra a sua vontade. Pelo aumento da idade de uma pessoa você não consegue remover o medo da morte dela. Tornando uma pessoa saudável você pode tornar a sua vida mais feliz mas não sem medo. Destemor só vem em uma situação, quando se chega a entender a partir de dentro que existe algo dentro de si mesmo que nunca morre. Este entendimento é absolutamente essencial. A meditação é a realização desta imortalidade, de que aquilo que está dentro de mim nunca morre. Somente morre aquilo que está no exterior. E esta é a razão pela qual você deveria tratar o corpo medicamente para que ele viva alegremente enquanto estiver vivo, e ao mesmo tempo tentar estar consciente daquilo que está dentro de você; assim, mesmo que a morte esteja na soleira da sua porta, você não irá ter medo. Este entendimento interior o toma sem medo. Meditação a partir do interior e medicação para o exterior; assim você pode tomar a ciência médica uma ciência completa. De acordo comigo, meditação e medicina são dois pólos da mesma ciência onde o elo de conexão ainda está perdido. Mas muito lentamente elas estão chegando mais perto uma da outra. Hoje, na maior parte dos hospitais dos Estados Unidos, um hipnotizador tem se tornado essencial. Mas hipnotismo não é meditação. Entretanto é um bom passo. Pelo menos isto mostra que existe um entendimento de que alguma coisa precisa ser feita com relação à mente do homem, e que somente tratar o corpo não é suficiente. E eu penso que se um hipnotizador entrou nos hospitais hoje, então amanhã um templo também entrará. Chegará mais tarde, levará algum tempo. Depois do hipnotizados todo hospital terá um departamento de yoga, de meditação. Isto deverá acontecer. Então nós seremos capazes de tratar o homem como um todo. O corpo será cuidado pelos médicos, a mente pelos psicólogos e a alma pelo yoga, pela meditação. No dia em que os hospitais aceitarem o homem como um todo, como uma totalidade, e então tratá-lo como tal, será um dia de júbilo para a humanidade. Eu peço a vocês para pensarem nesta direção, assim este dia chegará logo. Eu estou grato que vocês escutaram a minha fala com amor e silêncio. No final eu ofereço minhas saudações ao Deus entronizado dentro de todos vocês. Aceitem minhas saudações."
MÃOS EM PRECE... NAMASTÊ...
Osho, O livro da cura